Sopram novos ventos no Estaleiro
Beto Moesch
O projeto Pontal do Estaleiro é alvo de notória divergência entre os porto-alegrenses. A orla, um dos mais importantes patrimônios naturais e culturais da cidade, merece tratamento especial, de forma que a proposta de modificar seu regime urbanístico a fim de viabilizar a construção de um complexo arquitetônico não poderia passar incólume pelo crivo da sociedade. A população merece ciclovias, pedovias, arborização e instalações esportivas à beira do lago Guaíba, e isso está sendo executado. Edificações, somente após um criterioso planejamento que envolva toda a extensão da orla. Sobre a matéria pesam um mandado de segurança, cujo mérito aguarda julgamento, e duas investigações do Ministério Público. Neles, há profusão de elementos que sustentam a ilegitimidade e ilegalidade do projeto. A proposta vai de encontro à vocação da orla, conforme reza a legislação ambiental; tramitou em regime de urgência, prescindindo do parecer de duas fundamentais comissões; e esse é somente o preâmbulo de mais um capítulo na história das sucessivas investidas contra uma das maiores preciosidades de Porto Alegre.
Seja como for, a presente polêmica é uma conseqüência previsível do primado de uma tecnocracia ambientalmente inescrupulosa arrimada em um Plano Diretor promíscuo. O Plano possuía, ao menos, uma reserva técnica para a orla, a qual foi fragmentada com a atual lei (nº 470/2002), que autorizou a construção de edificações na área do antigo Estaleiro Só. Abriu-se, assim, temerário precedente para franquear os tentáculos da especulação imobiliária. O ônus começa, agora, a ser esboçado. Esse caso abriga em si tanto o potencial de revitalizar o movimento ambientalista da Capital e a força da sociedade civil organizada quanto o de assombrar as presentes e futuras gerações na hipótese daquelas antiecológicas maquetes plasmarem-se na zona Sul. De qualquer sorte, assistimos ao renascer da consciência e das ações ambientais, bem como a uma nova cruzada pela ética. Bons ventos - decerto vindos diretamente do Guaíba em intercessão ao apelo da população - os trazem!
Vereador em Porto Alegre/PP
Jornal do Comércio 24/11/2008
Beto Moesch
O projeto Pontal do Estaleiro é alvo de notória divergência entre os porto-alegrenses. A orla, um dos mais importantes patrimônios naturais e culturais da cidade, merece tratamento especial, de forma que a proposta de modificar seu regime urbanístico a fim de viabilizar a construção de um complexo arquitetônico não poderia passar incólume pelo crivo da sociedade. A população merece ciclovias, pedovias, arborização e instalações esportivas à beira do lago Guaíba, e isso está sendo executado. Edificações, somente após um criterioso planejamento que envolva toda a extensão da orla. Sobre a matéria pesam um mandado de segurança, cujo mérito aguarda julgamento, e duas investigações do Ministério Público. Neles, há profusão de elementos que sustentam a ilegitimidade e ilegalidade do projeto. A proposta vai de encontro à vocação da orla, conforme reza a legislação ambiental; tramitou em regime de urgência, prescindindo do parecer de duas fundamentais comissões; e esse é somente o preâmbulo de mais um capítulo na história das sucessivas investidas contra uma das maiores preciosidades de Porto Alegre.
Seja como for, a presente polêmica é uma conseqüência previsível do primado de uma tecnocracia ambientalmente inescrupulosa arrimada em um Plano Diretor promíscuo. O Plano possuía, ao menos, uma reserva técnica para a orla, a qual foi fragmentada com a atual lei (nº 470/2002), que autorizou a construção de edificações na área do antigo Estaleiro Só. Abriu-se, assim, temerário precedente para franquear os tentáculos da especulação imobiliária. O ônus começa, agora, a ser esboçado. Esse caso abriga em si tanto o potencial de revitalizar o movimento ambientalista da Capital e a força da sociedade civil organizada quanto o de assombrar as presentes e futuras gerações na hipótese daquelas antiecológicas maquetes plasmarem-se na zona Sul. De qualquer sorte, assistimos ao renascer da consciência e das ações ambientais, bem como a uma nova cruzada pela ética. Bons ventos - decerto vindos diretamente do Guaíba em intercessão ao apelo da população - os trazem!
Vereador em Porto Alegre/PP
Jornal do Comércio 24/11/2008
Nenhum comentário:
Postar um comentário